Antigamente, a Bacia do Prata compreendia ecossistemas interligados – selvas, savanas, terras de pastagens e áreas alagadas – unidos através da água. Hoje, os hábitats intactos naturais e culturais da região estão maiormente em áreas protegidas fragmentadas e territórios indígenas. Para reverter essa tendência, o programa Pantanal sem Fronteiras vislumbra a criação de corredores bioculturais. O nosso objetivo é reconectar hábitats naturais similares e comunidades que compartem práticas socioculturais comuns e fortalecer sua resiliência.
Ecossistemas fragmentados
A expansão da agricultura em grande escala e a produção de carne na Bacia do Prata tornou muitos dos seus ecossistemas em ilhas isoladas. A fragmentação dos ecossistemas da região resultou em numerosas áreas biologicamente inviáveis e incapazes de cumprir suas funções culturais habituais. Muitas hidrovias, fontes e cursos de água foram deteriorados ao ponto de não poderem albergar mais assentamentos humanos.
Restabelecer as conexões entre os ecossistemas
O conceito de corredores bioculturais é centrado na interconexão entre os ecossistemas, e o restabelecimento de suas funções biológicas e culturais originais como caminhos de intercâmbio biológico e cultural. Queremos reunir as comunidades através dos corredores bioculturais para que possam trabalhar em melhorar a qualidade da água da bacia e restabelecer a potência dos meios de subsistência locais sustentáveis e hábitats saudáveis que nutram as práticas culturais da comunidade.
Os parceiros da Pantanal sem Fronteiras advogam para os corredores bioculturais serem reconhecidos como uma solução para a preservação e restabelecimento dos ecossistemas, e também para serem incluídos nos planos governamentais de desenvolvimento espacial e econômico. Como a agroecologia, a promoção dos corredores bioculturais é uma solução transformadora que pode melhorar a resiliência biológica, climatológica, social e econômica dos ecossistemas e das comunidades locais da Bacia do Prata.
Plantação de árvores nativas no pantanal de Santa Catalina, parte do corredor biocultural Riachuelo, Argentina
Corredores bioculturais reconecta hábitats naturais similares e comunidades que compartem práticas socioculturais comuns.