Corredores Bioculturais

A Bacia do Prata já foi composta por ecossistemas interconectados – selvas, savanas, pastagens e zonas úmidas – unidos pela água. Hoje, os habitats naturais e culturais intactos da região encontram-se principalmente em áreas protegidas fragmentadas e territórios indígenas. Para reverter essa tendência, a rede Pantanal sem Fronteiras está criando Corredores Bioculturais que reconectam e fortalecem a resiliência de habitats naturais semelhantes e comunidades que compartilham práticas socioculturais comuns. Mais de dez Corredores Bioculturais estão sendo desenvolvidos, com dois já oficialmente reconhecidos pelos municípios locais.

O que alcançamos desde o início da nossa iniciativa em 2018

10+

Identificamos e começamos a implementar mais de 10 corredores bioculturais em toda a Bacia do Rio da Prata

2

2 Corredores Bioculturais foram integrados em documentos oficiais de planejamento espacial

Ecossistemas fragmentados

A expansão da agricultura e da produção de carne em grande escala na Bacia do Rio da Prata transformou muitos de seus ecossistemas em ilhas isoladas. A fragmentação dos ecossistemas da região tornou muitas áreas biologicamente inviáveis e incapazes de cumprir suas funções culturais tradicionais. Muitos cursos d’água, fontes e correntes se deterioraram a tal ponto que não conseguem mais sustentar assentamentos humanos.

Proteger a saúde e o fluxo livre dos rios é fundamental para a sobrevivência do ecossistema da Bacia do Prata e das pessoas que dependem dele.

As comunidades da Bacia do Prata começaram a reconhecer, valorizar e celebrar o corredor biocultural do qual fazem parte.

Tornar as reservas naturais acessíveis ao público faz parte da criação e da sensibilização para os corredores bioculturais.

Restaurando conexões entre ecossistemas

O conceito de Corredores Bioculturais está centrado na interconexão entre ecossistemas e na restauração de suas funções biológicas e culturais originais como vias de intercâmbio biológico e cultural. Por meio de festivais, campanhas e atividades educacionais, estamos conscientizando e celebrando a relação histórica e cultural das comunidades da Bacia do Rio da Prata com o ecossistema das zonas úmidas. Estamos unindo comunidades em todo o Corredor Biocultural para cultivar suas práticas culturais únicas e trabalhar juntos para melhorar a qualidade da água da bacia e sua capacidade de sustentar meios de subsistência sustentáveis e espaços de vida saudáveis.

Assim como a agroecologia, os Corredores Bioculturais aumentam a resiliência dos ecossistemas e das comunidades locais da Bacia do Prata, tornando-os mais resistentes a choques biológicos, climáticos, sociais e econômicos. A Pantanal sem Fronteiras defende o reconhecimento formal dos Corredores Bioculturais como um meio de preservar e restaurar ecossistemas e nutrir a cultura das comunidades da Bacia do Prata.

Graças aos nossos esforços, no Paraguai, dois Corredores Bioculturais foram oficialmente reconhecidos pelos municípios. Em muitos outros lugares, os corredores tomam forma combinando conscientização pública, busca por proteção natural oficial e outras atividades, como no Corredor Riachuelo-Matanza, na Argentina. Continuaremos nosso trabalho nesses e em outros Corredores Bioculturais nos próximos anos, para tornar os ecossistemas únicos da Bacia do Prata fortes e saudáveis novamente.